Exorcismo – Thomas B. Allen

Livrai-nos do mal, amém!

Esta é a história real do exorcismo que serviu de inspiração para William Peter Blatty escrever seu famoso livro O Exorcista.

O livro relata de forma direta, minuciosa e muito bem escrita como aconteceu a possessão de Robbie (nome ficcional) que aconteceu quando ele não havia completado 14 anos ainda. Ele havia recebido de presente de sua tia Harriet, uma mulher muito espiritualizada e que vivia a invocar o além, uma tábua Ouija.  A partir do instante em que Robbie começou a “invocar e brincar com espíritos”, como a tia lhe ensinara,  fenômenos estranhos começaram a acontecer na casa e, consequentemente, com o garoto.

A princípio, todos pensavam tratar-se de algum tipo de “poltergeist” (espírito brincalhão) que estava assombrando a casa, fazendo objetos voarem e a cama do garoto mexer-se sozinha; contudo, as manifestações começaram a atingir gravemente o garoto, causando-lhe arranhões na pele e fazendo com que ele se tornasse uma criança mais agressiva. E com a morte da tia Harriet, dois meses depois, a família resolveu mudar-se dali e tudo piorou. 

No princípio, tudo levava a crer que era a tia Harriet que estava possuindo o garoto, chegou-se até a ser realizada uma sessão espírita em que estabeleceu-se um contato com a tia que acabou confessando ser ela o espírito que estava atrapalhando a vida do pobre garoto. Mas sinais de uma presença demoníaca ficam bem claros, quando o garoto começa a falar em outra língua (latim) e começa a desenvolver uma força extrema, a ponto de soltar-se de correias e ferir o primeiro exorcista que o conhecera. O padre Hughes teria vivido taciturno para o resto da vida, sem mal conseguir levantar o braço direito novamente.

A partir daí, a família procurou a ajuda do padre Bishop e do padre Bowden, que após conhecerem e conversarem com o garoto, conseguem aprovação da Igreja Católica para mais um exorcismo. Foram vários dias de privação do sono, nervos à flor da pele, orações, embates com a entidade que possuía o corpo do garoto, fazendo com que Robbie cuspisse muco com uma mira excelente nos jesuítas, e falasse palavras de baixo calão para os homens da igreja.

O resto, só lendo muito…

Este não é de nenhuma forma um livro de terror, mas sim um relato fiel, escrito com maestria de um único exorcismo aceito na igreja católica até hoje. O autor foi tão minucioso que, em determinado ponto, o livro fica muito travado, causa modorra, cansaço. Talvez a parte em que é descrito o diário do exorcista, deveria ter ficado de fora ou ter sido inserida juntamente com a história, não à parte. Mesmo assim, dou nota 8,5.

Ronald Edwin Hunkeler (high school photo)

  • Fiz uma pesquisa particular e descobri que Robbie é, na verdade, Ronald Edwin Hunkeler, ou Rolland Doe. A identidade dele foi protegida pela igreja católica por todos estes anos. Hoje, Rolland vive uma vida normal, sem lembrar-se de muita coisa. E muita gente alega que ele poderia ser um esquizofrênico ao invés de ter sido possuído por Satã.

Foto da casa da família de Rolland Doe

Alex André

13 comentários sobre “Exorcismo – Thomas B. Allen

  1. Ficou bem legal sua resenha Alê! Não sei se leria, gostaria de ler, mas depende do dia. Sabe aquele ditado aue diz: “Não creio em bruxas, porém, que elas existem, existem” ? Então. rsrs Você disse que não é um livro de terror, é mais um relato, um documento. Qual foi a sensação quando leu? A de ler um documento ou de ler um livro com uma história bem macabra?

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  2. Ops, meu comentário acima saiu errado desculpe
    Continuando: Depois que li sua resenha, me deu mais vontade de ler este livro! Sou apaixonada por livros de terror, e ler um relato real me deixou mais empolgada!!
    Boa noite e Beijinhos :*

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