QUE SAUDADE… – Alex André

Este acróstico presta uma homenagem ao livro “Sem chuteiras e sem unhas joguei no pior time do mundo”, escrito por  Arlindo Gonçalves sob o pseudônimo de Dog.

Arlindo, para quem não o conhece ainda, é um dos escritores brasileiros mais talentosos da atualidade e uma das pessoas mais simpáticas que eu já conheci (tive a honra de conhecê-lo e ganhar este livro autografado por ele).

O livro é tão belo, divertido e também profundo, que com certeza renderia vários acrósticos baseados nele, mas acho que esse já é o suficiente para despertar um pouco interesse de todos vocês.

Q uando vi aquela construção no lugar do campinho antigo me deu vontade de chorar

U m saudosismo me invadiu naquele momento e então sentei no meio-fio e comecei a recordar

E u já me vi descalço, com meus amigos, correndo atrás da bola até cansar

S e eu jogava bem? Longe disso, era mais um perna de pau apaixonado pela pelota

A migos que jogavam comigo eram até piores do que eu, e isso não é nenhuma lorota

U sávamos todo o tempo livre que dispúnhamos para praticar nossa pelada

D izíamos palavrões, volta e meia nos machucávamos, mas o jogo não cessava

A lgumas bolas não eram devolvidas pelo vizinho, mas e daí? Outra pelota já surgia e  tudo recomeçava

D ávamos pouco interesse ao gol em si. O que valia mesmo era a diversão

E agora, olhando de novo para a construção, percebi que o apito final soara para sempre e o placar final foi uma grande desilusão.

Alex André

10 comentários sobre “QUE SAUDADE… – Alex André

  1. “Como todos os meninos uruguaios, eu também quis ser jogador de futebol. Jogava muito bem, era uma maravilha, mas só de noite, enquanto dormia: de dia era o pior perna de pau que já passou pelos campos do meu país.” (Eduardo Galeano)

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