TRÊS CADÁVERES – Fialho de Almeida

“Três Cadáveres” é um livro muito profundo, que nos incita a divagar sobre o destino das mulheres de vida sofrida, enganadas por seus namorados e rejeitadas por suas famílias. O grau de perversidade e vilania é descrito de maneira bem direta nesta novela portuguesa.

O pano de fundo é a doença (tuberculose) de Marta, costureira sofrida, abandonada pelo amado e impedida de voltar para casa por seu velho pai desalmado. Seu irmão Miguel, ao ver a irmã em terrível estado de saúde, apieda-se dela e vai viver com ela. Mas com o passar do tempo, as dívidas com os medicamentos aumentam e ele é obrigado a pedir ajuda ao pai que nega qualquer tipo de auxílio ou perdão à filha.

Marta então é internada no hospital para aguardar sua morte. Com o passar dos dias ela vai definhando, mas sua beleza jamais se perde. Ao morrer, sensibiliza os médicos de tal forma, que os mesmos resolvem tratar eles mesmos de seu funeral, alugando um caixão e uma carruagem, conseguindo um padre e um  enterro simples em vala comum.

A partir de então, o autor faz uma reflexão sobre a vida, seus tormentos, a morte, a miséria, a escória, a desumanização da sociedade.

Fialho de Almeida foi um dos únicos representante do “Naturalismo da Miséria” em Portugal. Suas obras, ao contrário de Eça de Queirós, exploravam a miséria social e moral dos bairros portugueses. Seus contos são repletos de presença hiper-realista da vida e da morte e das chagas sociais.

A única nota negativa desta novela é o fato de ter sido escrita em português arcaico, o que dificulta muito a compreensão do texto. Nota 7.

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