O Cortiço – Aluísio Azevedo

Com essa postagem, eu e minha “irmãzinha espiritual” Ana Beatriz damos início a um projeto antigo nosso, que vem desde antes de criamos o blog. Trata-se da Cia. de Leitura Lendo Muito. Nosso objetivo  é discutirmos, ao final de cada leitura, o que cada um achou do livro, de quais personagens cada um gostou ou não gostou e fazermos uma postagem única com nossas resenhas separadas.

E para dar o pontapé inicial neste projeto, escolhemos  “O Cortiço”, um clássico da literatura brasileira e também mundial, que vai cair em vários vestibulares deste ano e que muita gente ainda tem um certo receio, não é mesmo? 

Se alguém tiver interesse em participar da Cia. de Leitura Lendo Muito, é só nos avisar.

Um beijo no coração de todos!

Alex André


Mais do que um clássico dos vestibulares, a obra de Aluísio Azevedo é também um clássico do Naturalismo no Brasil, sendo, por ambos os motivos, comumente pedido nas escolas, em especial durante o Ensino Médio.
Eu mesma apenas comprei o livro por conta dos deveres escolares, sem esperar muito de uma história que narrava, evidentemente, o dia a dia dos moradores de um cortiço.
Embora possa parecer maçante e tedioso á primeira vista, confesso ter me surpreendido positivamente com o livro.
Isso porque, divergindo do que eu imaginava, a obra não é puramente cotidiana e enfadonha. Longe disso, nos mostra diversas aventuras ocorridas com os variados personagens que compõem a trama.
Graças a isso podemos ver na história paixão, adultério, disputa, ganância, inveja, entre outras coisas. Além de abordar temas como a escravidão e o papel da mulher na atual sociedade descrita. Tudo isso tendo o modo de vida simples dos moradores de tal local precário como pano de fundo, o que não deixa de contrastar com a nobre residência dos familiares de Miranda. Este, por sua vez, nem por isso possui a estrutura familiar e a vida perfeitas que costuma exibir.
Diferente do que pode-se imaginar, a linguagem não é muito complexa. Apesar de, de fato, possuir algumas palavras antiquadas e incomuns, não há nada que não possa ser resolvido com a ajuda de um dicionário ou que possa ser facilmente interpretado de acordo com o contexto.
Mesmo que a quantidade de personagens seja realmente grande, logo você se acostuma com eles, fazendo com que aprender seus nomes seja um processo relativamente fácil, inclusive alguns deles são adoráveis, apesar dos inúmeros defeitos e falhas que todos possuem. Por tudo que foi dito até aqui, minha nota para “O Cortiço” é 8.

By Ana Beatriz


Nossa história começa começa em pleno Rio de Janeiro do século XIX, onde João Romão, português de nascimento e avaro de coração, resolve montar uma vila de casas para alugar: a Estalagem São Romão, que nada mais eram do que um cortiço. Cortiço isso que incomodava Miranda, seu patrício rico que vivia com a família ao lado dali e convivia com a gritaria e balburdia do lugar.

Para não estragar as surpresas do livro eu não vou me aprofundar  na história, pois quero que todos leiam este expoente do Naturalismo brasileiro. Só vou fazer um pequeno panorama do que vão encontrar.

Situações mais inusitadas são vividas naquele lugar onde pessoas comuns moravam: brigas, fofocas de todo o tipo entre as mulheres que lavam suas roupas juntas, homossexualismo, traições e agressões eram frequentes ali.

O destaque dessa brilhante história não é a Rita Baiana que tinha prazer em ser disputada por dois homens e nem Dona Isabel, que controlava a chegada da menstruação da filha Pombinha como alguém que espera ganhar ansiosamente o prêmio principal da loteria. Nem tampouco o próprio João Romão, que vivia uma vida de privações, apesar de ganhar tanto dinheiro com seus golpes.

O cortiço ocupa este lugar, pois é motivo de orgulho e respeito para aquelas pessoas que ali viviam. Tinha coração e vida própria e alimentava-se das intrigas, brigas e lágrimas daquelas pessoas…

O resto, só lendo muito…

Um livro esplêndido, de fácil compreensão, apesar da linguagem um pouco mais rebuscada. Foi escrito no século XIX, mas cita problemas que algumas pessoas que vivem em conjuntos habitacionais presenciam até hoje: brigas entre vizinhos, discussões, agressões entre casais, etc. Dou nota 9.

By Alex André

 

 

 

 

15 comentários sobre “O Cortiço – Aluísio Azevedo

  1. Muito bacana queridos! Adorei a postagem, especialmente porque sou apaixonada pelos clássicos da literatura brasileira e esse do Sr. Aluísio é simplesmente um dos melhores que já tive o prazer de ler. Parabéns pelas resenhas, ficaram ótimas. Beijos!

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  2. […] Sem nem precisar pensar duas vezes, o escolhido é O Cortiço, de Aluísio Azevedo. Acho que todos aqui sabem que, ao contrário do meu “irmãozinho espiritual”, Alê, não sou uma grande apaixonada por clássicos, e por isso foi com grande temor que comecei a ler este livro (e mesmo assim, só porque a escola pediu), mas não demorou muito e eu acabei adorando ele [resenha] […]

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